A importância de conversar

Acolhimento ao paciente. Esta expressão é recorrente não apenas neste número da Conexão UNNA, mas também nas edições anteriores da revista. Não por acaso. É primordial ressaltar e reforçar a importância de um atendimento mais personalizado e próximo para o bom exercício da Odontologia. É fato que essa característica, que deve ser inerente à nossa profissão, contribui para criar um ambiente confortável e de confiança entre o cirurgião-dentista e o paciente. Mas vai além: uma série de pesquisas indica que uma anamnese bem-feita, que procura entender todos os aspectos da vida do paciente e como eles influenciaram na causa da ida ao consultório, é a chave para descobrir a verdadeira raiz do problema e buscar soluções menos invasivas e com maiores chances de êxito no tratamento.

Trouxe esse tema à tona influenciado especialmente pela matéria de capa dessa edição, sobre a dor na Odontologia. Entre os depoimentos dos vários especialistas consultados para a reportagem, vemos como fio condutor comum a importância do acolhimento ao paciente. “Atualmente, o profissional tem mais consciência de que a pergunta deve ir além do ‘onde dói?’, estendendo-se para o contexto em que o paciente está inserido”, diz a cirurgiã-dentista Paula Mendes. “É preciso lembrar que existe um ser humano por trás da dor”, corrobora Luci Mara França Correia, vice-presidente da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED). Ou seja, prescrever exames complementares pode ser necessário e auxilia no diagnóstico, mas é a conversa inicial e a atenção à queixa principal do paciente que pode nos indicar os melhores caminhos para o definir o tratamento.

Outras reportagens que você lerá na Conexão UNNA mostram a abrangência desta nova visão sobre a Odontologia. Na seção OBE, que aborda a exodontia, a discussão sobre recuperar ou extrair os dentes perpassa critérios apenas técnicos e revela que fatores como a adesão do paciente ao tratamento devem ser considerados na hora de tomar uma decisão. A seção Pesquisa e Tendências traz as últimas investigações científicas que apontam para indícios de que a falta de dentes pode ser um fator causador de demência e de depressão. E a entrevista do Dedo de Prosa, sobre sorriso gengival, também toca em questões relacionadas ao bem-estar do paciente. “Apesar de o excesso de exposição da gengiva não ser danoso à saúde bucal, em alguns pacientes pode causar desconforto estético e comprometer a harmonia facial”, diz o cirurgião-dentista Mario Cappellette Junior.

Completam esta edição um Artigo Técnico sobre a importância da preservação alveolar após a perda dentária, com novos estudos sobre o tema, visando a manutenção da estrutura óssea; uma matéria com quatro maneiras para incentivar a realização de
check-ups regulares, na seção Gestão de Consultório; e, em Informe UNNA, a apresentação do projeto social-científico Ondas Limpas na Estrada, apoiado pela Odontoprev.

Boa leitura!

Dr. José Maria Benozatti

Diretor Clínico-Operacional do Grupo Odontoprev

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