Gestão de consultório

Fotografia intraoral com celular, como manter o equipamento livre de contaminação

Imagens são documentos importantes tanto para pacientes
como para profissionais. Com as dicas e os cuidados certos,
o celular se torna um aliado seguro e confiável para a Odontologia 

Conforme a tecnologia relacionada aos telefones celulares avança, as câmeras fotográficas acopladas a eles se tornam também melhores. Hoje, algumas são tão boas que podem substituir em muitas áreas os equipamentos profissionais.

A Odontologia não fica de fora disso. Com a qualidade de resolução das câmeras dos celulares mais modernos, é possível fazer fotografias intraorais com qualidade suficiente para o acompanhamento de casos e também para auxiliar em alguns diagnósticos.

Essa opção, inclusive, vem se mostrando um facilitador desde que a pandemia de Covid-19 impôs novos parâmetros de segurança e mudou a maneira como profissionais de saúde e pacientes se relacionam. “No meu consultório, a câmera profissional especializada quebrou bem no início do isolamento, então, o celular que eu já usava em alguns casos foi uma saída para continuar meu trabalho enquanto faço os reparos necessários”, conta Elaine Rós Lopes Nosé, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial dos Axilares.

Para Lincoln Issamu Nojima, doutor em Ortodontia, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial, o aparelho ajudou a visualizar situações que puderam evitar idas desnecessárias ao consultório e a minimizar os riscos de contaminação para todos: “Por meio das dicas que coloquei em um vídeo no meu canal de YouTube, consegui orientar os pacientes a tirar corretamente as fotografias e enviá-las para mim. Para improvisar os afastadores, eram usadas colheres de sopa ou de sobremesa, dependendo do tamanho da boca”. Fotografia é um dos hobbies aos quais o profissional se dedica.

Confira as dicas dadas pelos dois profissionais para fazer boas fotografias, usar o celular de maneira segura e evitar os riscos de contaminação.

1. Iluminação
Use sempre o flash

Para fotografar intraoralmente é preciso iluminar a boca o melhor possível. Deixe o flash no modo obrigatório e direcione-o para o centro da boca, para que não ocorram áreas de sombra. Também é possível usar alguma fonte de luz externa, auxiliando o processo.

2. Papéis e espelhos
Controle da luz

O flash é fundamental, mas o excesso de luz pode deixar as fotografias muito claras. Para controlar a intensidade da luz, cubra a área do flash com um ou mais pedaços de papel vegetal, conforme for a sua necessidade. Espelhos também podem ajudar a direcionar a iluminação para o local desejado, bem como o jato de ar, que contribui para evitar o embaçamento da lente da câmera.

3. Posicionamento
Observe as distorções

Para toda fotografia intraoral, use o celular na posição horizontal. As lentes das câmeras de celular não têm a mesma precisão das de equipamentos profissionais, o que pode fazer com que as fotografias saiam distorcidas nas bordas. A posição horizontal minimiza esse efeito indesejado, mas o ideal é testar o seu aparelho para conhecer a lente e estabelecer a melhor distância entre ele e a boca do paciente.

4. Armazenamento
Cuidado ao arquivar as imagens

Imagens são documentos importantes tanto para o trabalho e a pesquisa quanto para manter o histórico de um paciente. Armazene as fotografias no computador ou na nuvem (o ideal é que seja em ambos), organizadas por pastas com o nome do paciente e a data. Faça isso diariamente, já que a memória do celular não é confiável e para evitar que em caso de perda ou roubo do aparelho essa documentação se perca.

5. Segurança
O que fazer na hora do uso

É preciso muita atenção na hora de manusear o aparelho, que é reconhecidamente um ponto de acúmulo de sujidades. Não use capas protetoras e outros acessórios, troque de luvas antes e depois da realização das fotografias, antes de voltar a tocar no paciente. Passar camadas de filme de PVC no aparelho, deixando livres apenas a câmera e o flash, é recomendável. O revestimento deve ser trocado a cada manuseio.

6. Limpeza
Higienizar o celular antes e depois do uso

Alguns celulares são à prova d’água e podem ser borrifados com álcool a 70% e até mesmo lavados com água e sabão. Para os que não o são, use uma gaze embebida em álcool a 70% para higienizar todo o aparelho a cada uso.

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