Nos bastidores da divulgação científica
Há dez anos nascia a revista Conexão Odontoprev. José Maria Benozatti relembra esta trajetória, desde a criação da publicação até ela se tornar uma das referências no setor
É inegável a importância da divulgação científica para facilitar o acesso aos avanços da ciência e criar condições para que todas as pessoas possam compreender e debater temas relevantes ao crescimento e à transformação da sociedade. O conselho editorial da Conexão Odontoprev sabe bem o peso de tamanha responsabilidade, que se torna ainda maior quando o público leitor é formado por profissionais da área. Para José Maria Benozatti, diretor clínico-operacional do Grupo Odontoprev, além de trazer novidades e discussões relevantes, a revista tem o papel de ajudar o profissional a aplicar o conhecimento no dia a dia do consultório de modo a otimizar seu trabalho – da inteligência artificial (AI) ao combate à pandemia de Covid-19 em meio a fake news. Na entrevista a seguir, Benozatti faz um balanço sobre a publicação passados dez anos de seu lançamento, destacando seu caráter técnico e seu objetivo principal, ou seja, atualizar e orientar a rede credenciada.
De onde surgiu a ideia de criar a revista Conexão Odontoprev?
Ela surgiu do desejo de conceber um veículo de comunicação entre a Odontoprev e a sua rede credenciada, com o intuito de auxiliar os cirurgiões-dentistas em diferentes situações do dia a dia. Como a empresa possui uma cultura de atualização dos profissionais na sua base, como os cursos de diferentes especialidades oferecidos em parceria com a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia (Fundecto) da Universidade de São Paulo, a revista faz parte desse contexto. Já havíamos realizado algumas tentativas de maneira aleatória, até que, dez anos atrás, reunimos um time de especialistas para estruturá-la. A ideia era que ela se transformasse em uma presença constante nos consultórios, e isso de fato aconteceu.
Qual é o papel do conselho editorial da revista?
É importante frisar que a publicação tem caráter técnico. O nosso foco não é ser a vanguarda da divulgação científica, e sim contribuir para a atualização dos cirurgiões-dentistas, algo que o nosso público sabe. Neste cenário, o conselho, que é formado por profissionais de diferentes áreas da empresa, como Emerson Nakao, Leandro Marques Avila, Leandro Stocco Baccarin, Marcos José Silva Costa, Regina Juhas, Rodolfo Melani e Simone Tartaglia, tem a função de escolher e debater os tópicos mais pertinentes a serem abordados a cada edição. De um modo geral, procuramos entender se faz sentido determinado assunto ser divulgado naquele momento, seja ele novidade, seja recorrente. Pode ser um pouco pretensioso chamar de curadoria, mas é o que fazemos.
Como a publicação é recebida pelos credenciados?
O retorno sempre foi positivo, desde o seu lançamento. Todos os anos, o nosso programa de participação nos resultados faz uma avaliação dos indicadores econômicos e de qualidade da empresa. A visão dos beneficiários sobre a revista também é incluída nesta pesquisa de satisfação, com notas altas. Eles não só a consideram relevante, como também manifestam um sentimento de pertencimento, algo que em sua avaliação é um dos nossos diferenciais em relação a outras operadoras de saúde.
A opinião deles também conta para pautar os temas da revista?
Sim. O conteúdo de ordem técnica é um misto de pesquisas atuais e novos modos de trabalho, assim como temas que não tinham relevância na Odontologia até então, como a possibilidade da aplicação de células-tronco ou a utilização de instrumentos rotatórios para o tratamento de canal dentário, só para citar dois exemplos. Mesmo que essa não seja a área de atuação do colega leitor, mostramos-lhe as novidades a título de curiosidade, de maneira que ele fique o mais atualizado possível a respeito dos mais variados temas.
Embora a revista seja uma publicação da Odontoprev, os especialistas entrevistados e os autores dos artigos também pertencem a outras instituições. Por quê?
Porque isso é fundamental para enriquecer o conteúdo da revista. Quando iniciamos esse trabalho, ela obviamente ainda não era conhecida no meio. Mas hoje, passados dez anos, diversos autores renomados já publicaram em nosso veículo.
Esse reconhecimento facilita a divulgação da revista e gera identificação de nossos cirurgiões-dentistas com ela. Afinal, eles também são parte disso. Outro ponto é a diversidade de opiniões. Ainda que existam correntes que sejam mais favoráveis a esta ou àquela técnica, o debate promovido é essencial no mundo científico.
Ao longo da última década, algum tema em especial o marcou?
Um dos marcos do nosso trabalho, a meu ver, é a valorização da Odontologia Baseada em Evidências. Tal discussão já é bastante consolidada na Medicina, mas ainda não o é na Odontologia. Por isso, fomos pioneiros ao levantar essa bandeira, capitaneados pelo professor Rodolfo Melani. Mas ainda temos muito trabalho pela frente!
Quais as expectativas para o futuro da revista Conexão Odontoprev?
No início foi um desafio imenso, como comentei, porque éramos leigos na implementação desse tipo de canal de comunicação. Porém, depois de dez anos, olhamos para trás e nos orgulhamos do que construímos: um legado para a companhia como um todo. Em um futuro próximo, a nossa intenção é levar a publicação à nossa operação no México. Assim como convidar os colegas mexicanos para publicar aqui também, pois é sempre interessante conhecer novos pontos de vista.